CLÍNICAS HELDER FLOR NA REVISTA SAÚDE E BEM-ESTAR

Do vício à dor, até à conotação hippie, a acupunctura tem sido objeto de desconfiança na medicina ocidental, fomentando a curiosidade entre médicos e pacientes, que nem sempre sabem em que acreditar. Embora exista há mais de 4 mil anos e tenham sido realizados, apenas na última década, milhares de estudos em torno da sua eficácia, há ainda quem considere que o seu efeito é apenas placebo. 

 

Hélder Flor, especialista em Medicina Tradicional Chinesa, desmistifica e contrapõe algumas das ideias que mais dúvidas suscitam nos seus pacientes:

 

1 – A acupunctura provoca dor.

MITO. Ao contrário do que se possa pensar, as agulhas utilizadas nas terapias não provocam dor. A sua espessura, equivalente a dois fios de cabelo humano, em nada se assemelha à das habituais agulhas utilizadas, por exemplo, para retirar sangue. Por esse motivo, mesmo quem sente a picada inicial, deixa de ter qualquer reação em poucos segundos não sentido, na maioria das vezes, que tem uma destas agulhas no corpo.

 

2 – O efeito da acupunctura é apenas placebo.

MITO. Ainda que possamos considerar, como em qualquer outro tratamento, que quem acredita na sua eficácia consiga ter (ou acreditar que tem) melhores resultados, limitar os efeitos da acupunctura ao efeito placebo é bastante redutor. As investigações realizadas nos últimos anos, demonstram inclusive que o cérebro liberta químicos como endorfinas (analgésicos naturais) na sequência dos tratamentos, que têm ainda diversos efeitos anti-inflamatórios no corpo.

 

3 – A acupunctura vicia

MITO. Todos gostamos de fazer algo que nos aumente a sensação de bem-estar. Não quer isso dizer que exista qualquer substância ou efeito viciante associado à acupunctura. Quanto muito, poderemos falar de pacientes crónicos que a prolongam no tempo, não por vício mas por necessidade.

 

4 – A acupunctura só trata dor física.

MITO. Embora seja verdade que a sua eficácia localizada e para dores físicas é enorme, também é uma ajuda preciosa no desbloqueio de várias patologias mentais, como o stress, a ansiedade, a depressão, entre outras.

 

5 – As agulhas são reutilizadas.

MITO. Ao contrário daquilo que várias pessoas ainda pensam, as agulhas utilizadas na acupunctura não são reutilizadas em nenhuma circunstância (pelo menos, nas clínicas idóneas). Cada especialista deve possuir agulhas devidamente embaladas, esterilizadas e estas têm de ser descartáveis, pois estamos a falar de um instrumento que entra em contacto com o sangue do paciente.

 

6 – As agulhas introduzem substâncias no corpo?

MITO. Apesar de serem introduzidas na pele, estas não possuem qualquer tipo de substância injetável. A agulha, simplesmente, estimula uma zona nervosa do organismo e é por isso que tem efeitos. Esta é uma das perguntas mais comuns nas consultas.

 

Como funciona a acupuntura?

A acupuntura tem uma história de muitos milénios, associada à Medicina Tradicional Chinesa (MTC), com registos históricos fantásticos quanto à sua precisão e eficácia.

Na perspectiva da MTC, a vida assenta sobre três conceitos essenciais, os três tesouros (Sanbao), que são Jing (a essência vital), Qi (a energia) e Shen (a consciência). Na vida humana, o corpo não pode funcionar sem o impulso permanente da consciência e esta só pode ser considerada no contexto do funcionamento do corpo.

A energia da vida, Qi, corre nos meridianos, de forma cíclica e cada meridiano transporta o Qi de determinado órgão. Os pontos de acupuntura são pontos específicos localizados na sua maioria ao longo deste canais bioenergéticos e, quando estimulados de forma correta, têm a capacidade de equilibrar a energia vital, de forma a promover a resposta mais adequada para a regulação do desiquilibrio em causa.

Outro importante conceito aplicado na acupuntura é o de equilibrio natural. Desta ideia de equilibrio surge a teoria fundamental do Yin e do Yang. De acordo com esta teoria, a vida acontece alternando os ritmos de Yin e de Yang, totalmente opostos e complementares. Qualquer patologia pode ser explicadapor uma quebra no equilíbrio dinâmico entre Yin e Yang.

A acupuntura inclui uma série de procedimentos com vista a corrigir os desiquilibrios entre Yin e Yang na corrente de Qi, através da estimulação de pontos específicos (pontos de acupuntura), sendo a mais comum através da inserção de agulhas. Os pontos de acupuntura funcionam como válvulas que permitem travar ou estimular a circulação de Qi, estimulando ou dispersando o Yin ou o Yang nos meridianos afetados. Assim, os tratamentos de acupuntura ajudam a que os órgãos corrijam os desiquilíbrios a nível do seu funcionamento e da produção de energia específica a cada órgão.

A explicação cientifica moderna diz-nos que a inserção de agulhas em pontoa anatómicos específicos ou à superfície da pele tem a capacidade de alterar vários fatores bioquímicos e fisiológicos, de forma a alcançar um determinado efeito desejado.

Ainda segundo esta perspectiva ocidental moderna, os pontos de acupuntura têm sensibilidade elétrica: quando estimulados, vão ativar variados recetores sensoriais, os quais, por sua vez, estimulam o sistema nervoso e conduzem à libertação de neurotransmissores e endorfinas, as hormonas inibidoras da dor. As endorfinas em ainda um papel essencial no funcionamento do sistema hormonal o que explica que a acupuntura alcance resultados tão surpreendentes tanto em dores de costas e artrites quanto no que toca à síndrome pré-menstrual ou infertelidade.

 

Artigo publicado na Revista Saúde e bem-estar (Edição de Outubro de 2016).

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