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O sistema imunitário é um dos mais importantes sistemas do nosso organismo. A sua importância deve-se sobretudo ao facto deste, quando forte e saudável, nos proteger de agentes patogénicos tais como vírus, bactérias, fungos, entre outros.
Diariamente, em clínica, ajudamos vários pacientes a reforçar o sistema imunitário para que este seja forte e resistente às doenças. Dada a actual conjuntura mundial, nomeadamente com o surgimento do Coronavírus (Covid-19), muitas têm sido as pessoas que me têm perguntado como podem reforçar o seu sistema imunitário e assim ajudar a minimizar a hipótese de serem infectadas. Dado este aumento exponencial de solicitações e da manifesta dificuldade em falar directamente com cada uma dessas pessoas, senti-me na obrigação de escrever este artigo para tentar ajudar neste momento difícil para todos nós.
Normalmente recomendo hábitos ou terapias sobejamente conhecidas pela sua eficácia tais como uma alimentação saudável, exercício físico frequente mas moderado, hidratação adequada, evitar stresse, acupuntura e fitoterapia.
A maior parte destes hábitos são conhecidos do público e dispensam grandes explicações. A acupuntura, dado o período de quarentena a que todos estamos sujeitos, deixa de ser uma possibilidade viável já que a maior parte das clínicas fecharam para protegerem tanto os seus pacientes como os profissionais de saúde. Assim sendo, resta-nos a utilização de fitoterapia.
As fórmulas da Medicina Tradicional Chinesa, que diariamente aconselhamos em clínica, devem ser recomendadas por um especialista em Medicina Tradicional Chinesa após um diagnóstico meticuloso. Mais uma vez, ficamos limitados já que os diagnósticos tornam-se complicados com as clínicas encerradas.
Apesar disto, existe um cogumelo que tem sido utilizado ao longo de milhares de anos pela Medicina Tradicional Chinesa, o Yun Zhi conhecido por Coriolus Versicolor (CV), que pelas suas características, dispensa diagnóstico e pode ser utilizado com segurança inclusivamente em crianças, idosos e animais de estimação.
Este cogumelo, também denominado por Trametes Versicolor, é utilizado pela Medicina Tradicional Chinesa no reforço do sistema imunitário, na ajuda ao combate de vários tipos de cancro (ver artigo), na hepatite crónica, na síndrome de fadiga crónica, na fibromialgia e nas infeções do trato urinário, digestivo e respiratório.
Apesar de ser utilizado há muito tempo no oriente, o CV, só nos últimos anos foi descoberto pela medicina convencional que tem estudado as propriedades dos seus principais compostos, nomeadamente o PSK (Polysaccharide-Krestine) e o PSP (Polysaccharide Peptide). Aos poucos e poucos os estudos científicos têm comprovado a enorme potencialidade e a eficácia da utilização deste cogumelo numa série de patologias e condições.
A capacidade imunomoduladora
Vários têm sido os estudos científicos que se têm dedicado a perceber como o CV ajuda o sistema imunitário a lutar contra uma série de patologias oportunistas que debilitam o nosso organismo.
Em vários estudos in vitro realizados nos últimos anos constatou-se que o CV contribuiu na activação dos linfócitos T (1,2,6), Linfócitos B (1,3), monócitos / macrófagos (1, 3), células da medula (1), células Natural Killer (NK) e células NK activadas por linfócitos (3) assim como na promoção da proliferação e/ou produção de anticorpos e várias citoquinas tais como interleucinas (IL-2 e IL-6), interferon, e factores de necrose tumoral (3).
Em estudos in vivo, ou seja, em seres vivos (animais ou humanos), têm sido abordadas sobretudo patologias em que o sistema imunitário esteja deficitário. Uma dessas patologias é a Síndrome de Fadiga Crónica (SFC), doença em que as células NK estão diminuídas. Um estudo realizado em 15 pacientes com diagnóstico de SFC, constatou que após 15 dias a tomar 6 comprimidos por dia e posteriormente 3 comprimidos por dia durante 45 dias (suplemento de 500mg), este suplemento aumentou a atividade das células NK reforçando assim o sistema imunitário (4).
Outro estudo foi realizado com mulheres com cancro de mama que tinham sido submetidas a quimioterapia e radioterapia. Esta condição é por excelência um período em que as mulheres têm o sistema imunitário mais debilitado. Durante 6 semanas administraram-se doses crescentes de coriolus versicolor (3, 6, 9 g/dia). Dos parâmetros imunológicos analisados, o número de linfócitos aumentou com 6 e 9 g/dia, a atividade das células NK aumentou com 6g/dia e ocorreu um aumento dose-dependente nas células T CD8+ e nas células B CD19+. Estes resultados parecem sugerir que os principais parâmetros do sistema imunitário são melhorados e que o CV pode ajudar as mulheres na fase após o tratamento da quimioterapia e radioterapia pelo aumento do seu sistema imunitário (5).
Outro estudo, desta vez realizado em 151 pacientes com cancro do pulmão, comparou os doentes que tomaram PSP, uma das substâncias activas do CV, com aqueles que tomaram placebo. Chegaram à conclusão que os doentes que tomaram a substância activa presente no cogumelo melhoraram alguns sintomas a nível geral e a actividade das cálulas NK e IL-2 aumentaram significativamente (8).
Outros estudos realizados com outra importante substância activa do CV, a PSK, em pacientes com cancro do pulmão, chegaram à conclusão que o PSK pode melhorar significativamente a imunidade dos pacientes e ainda contribuir para que os sintomas relacionados com o cancro diminuam, sobretudo quando associadas aos tratamentos aconselhados pela medicina convencional, ou seja, quimioterapia, radioterapia e/ou cirurgia (9, 10).
Em células de melanoma foram efetuados testes quer in vitro quer in vivo, e em ambos ficou provada a eficácia anticarcinogénica dos extratos de CV. In vivo, demonstrou-se não haver qualquer diminuição do peso corporal nem qualquer alteração nos níveis sanguíneos de glucose nem na clearance da creatinina. Estes são fortes indicadores de boa tolerância e segurança, ou seja, que não existem quaisquer efeitos secundários. Verificou-se uma inibição do crescimento do tumor, possivelmente por uma ação citotóxica direta e pela estimulação do sistema imunitário, mais precisamente da atividade dos macrófagos (7).
Outros estudos, têm tentado perceber os efeitos do CV em bactérias e fungos e encontraram acções em vários agentes patogénicos comuns tais como a Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococus aureus, Candida albicans, Klebsiella pneumoniae, Listeria monocytogenes, and Streptococus pneumoniae (11).
Resumindo, conseguimos perceber que o CV é um forte aliado no reforço do sistema imunitário, sobretudo quando este se encontra fortemente debilitado por qualquer patologia que o ataque. Este cogumelo poderá ajudar tanto em humanos (adultos, crianças ou idosos) como em animais (animais de companhia tais como cães ou gatos) e é considerado bastante seguro tal como indicam os autores que estudaram a sua possível toxicidade e segurança. Desde patologias do foro cancerígeno (em vários estádios) a bactérias, fungos ou vírus ele tem demonstrado a sua eficácia tornando-se assim o produto natural de excelência para esta fase de pandemia.
Notas importantes:
Apesar de não existirem quaisquer estudos que o indiquem e o CV ser bem tolerado por animais e humanos de todas as idades, na minha opinião, o CV, por reforçar fortemente o sistema imunitário, deve ser tomado com precaução por pessoas com patologias auto-imunes.
Tendo em conta que existem diversos suplementos à venda no mercado deverá informar-se com um profissional qualificado e/ou com o fornecedor dos respectivos suplementos para saber informações relativas a dosagens.
[/vc_column_text][vc_column_text]Referências bibliográficas:
- Li XY: Advances in immunological studies in PSP, in: Yang QY (ed.), Advanced Research in PSP. Hong Kong: Hong Kong Association for Health Care, 1999; 39-46.
- Liu F, Ooi VEC, Fung MC: Analysis of immunomodulating cytokines mRNAs in the mouse induced by mushroom polysaccharides. Life Sci 1999;64(12):1005-1011.
- Tsukagoshi S, Hashimoto Y, Fugii G, Kobayashi H, Nomoto K, Orita K: Krestin (PSK). Cancer Treat Rev 1984;11:131-155.
- BREAKSPEAR, J. Monro – Estudo pioneiro desenvolvido no Hospital Breakspear com Suplementação com Coriolus versicolor em doentes com Síndrome de Fadiga Crónica (SFC). Mycology News (Versão Portuguese). (2006). 1:2 1–6.
- TORKELSON, Carolyn et al. – Phase 1 Clinical Trial of Trametes versicolor in Women with Breast Cancer. ISRN oncology. 2012:(2012) 251632.
- SEKHON, B. K., SZE, D. M.-Y., CHAN, W. K., FAN, K., LI, G. Q., MOORE, D. E. & ROUBIN, R. H. 2013. PSP activates monocytes in resting human peripheral blood mononuclear cells: Immunomodulatory implications for cancer treatment. Food Chemistry, 138, 2201-2209.
- HARHAJI, L., MIJATOVIĆ, S., MAKSIMOVIĆ-IVANIĆ, D., STOJANOVIĆ, I., MOMČILOVIĆ, M., MAKSIMOVIĆ, V., TUFEGDŽIĆ, S., MARJANOVIĆ, Ž., MOSTARICA-STOJKOVIĆ, M., VUČINIĆ, Ž. & STOŠIĆ-GRUJIČIĆ, S. 2008. Anti-tumor effect of Coriolus versicolor methanol extract against mouse B16 melanoma cells: In vitro and in vivo study. Food and Chemical Toxicology, 46, 1825-1833.
- Xie SQ: The effect of PSP on red cell immunity: a clinical study on gastric cancer patients, in: Yang QY, Kwok CY (eds.), Proceedings of PSP International Symposium. Shanghai, China: Fudan University Press, 1993; 241-242
- Ikeda, T, Sakai, T, Suito, T, Kosaki, G. Evaluation of postoperative immunochemotherapy for lung cancer patients. Jpn J Cancer Chemother. 1986;13(4 pt 1):1044-1049.
- Nishiwaki, Y, Furuse, K, Fukuoka, M. A randomized controlled study of PSK combined immuno-chemotherapy for adenocarcinoma of the lung. Jpn J. Cancer Chemother. 1990; 17:131-136.
- Sakagami H, Takeda M: Diverse biological activity of PSK (Krestin), a protein-bound polysaccharide from Coriolus versicolor (Fr.) Quel., in: Chang ST, Buswell JA, Chiu SW (eds.), Mushroom Biology and Mushroom Products. Hong Kong: Chinese University Press, 1993;237-245.
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2 comentários
Paula Martins
Boa tarde, podem informar se o Coriolus versicolor é bom para a parte hormonal e afronatmentos, também?
Clinicas Helder Flor
Sim poderá ajudar nesses sintomas. Pode ligar-nos para o nosso número mais direto: 965439412. Podemos tentar ajudar.